Piratearam o Livro básico de Yoshiro RPG


Apesar de ilegal, é algo que pode acontecer na obra de qualquer pessoa. Uma hora ou outra, isso poderia acontecer - mas assumo que fiquei até mesmo pasmo com a notícia! Principalmente, por tentar descobrir de como foi vazado a versão .pdf de Yoshiro RPG. 

Para quem não sabe, Yoshiro RPG Livro básico foi lançado em 2021, ainda na pandemia. Um fruto de sete anos de trabalho onde construí o livro e todo o seu sistema de regras do zero... além de desenhar todas as ilustrações do mesmo.

Foi uma jornada de muita dor e nenhuma recompensa - afinal, recebi até calote de parente mentiroso que me fez pegar uma cópia dizendo que iria "pagar". Sem falar com outro que queria receber uma cópia de graça e outros (muitos outros) que falavam "vou comprar"... e NUNCA ME APOIARAM. Isso é triste? Pode ser, mas o negócio é levantar a cabeça e seguir em frente.

Reuni o material que achei essencial e em meio a angústias, escrevi e desenhava suportando as dores da vida (não estou reclamando, entenda). Me lembro quando ia a igreja super estressado e falava com um primo sobre as dificuldades de escrever esse sonho. Sonho este que tenho orgulho e preparei tudo para que, pudesse ser apreciado pelos que estão a minha volta e até familiares.

O livro foi um sucesso para meus parentes e até amigos, mas não recebi um parabéns. (E nenhum deles comprou... é claro!) *me refiro apenas aos meus familiares, já que eu tive um amigo que comprou uma cópia na Amazon.

Tratavam em suma maioria, como algo normal a ser descartado. Meu irmão presenteou uma cópia que tinha adquirido a uma prima que gostava de desenhar, cujo foi até algo legal. A única pessoa tirando pai, mãe e irmão que realmente achou meu livro o máximo, foi minha antiga professora de desenho... na qual, eu a presenteei com uma cópia.

Ninguém sabe o quão é difícil você aprender a desenhar e ter que fazer isso em meio a problemas pessoais e principalmente, financeiros. Para no fim, você ainda ver vagabundo querendo seu material de forma gratuita! Repito: eu sei que isso pode acontecer. Mas pensando em amenizar isso, eu sempre posto livros gratuitos e uma versão demo do jogo e posto várias atualizações nas regras para que pessoas possam jogar sem gastar nada. 

Quer o material completo? Compre! Eu inclusive cortei material por causa do preço - pensando estar mais em conta!

Originalmente, o livro foi pensado em ter 300 páginas. Reduzi tudo para 188 para que fique bem barato! No fim, existe uma versão .pdf que CUSTA MENOS DE DEZ REAIS (no site da DriveThru)! E o que vagabundo faz? Vaza na internet para todo mundo ler... 

Como foi descoberto isso?

Meu irmão trabalha com livros de RPG, e o mesmo descobriu em um site obscuro o livro de um dos jogs que ele produz. Que para a surpresa de geral, meu livro também estava lá... e tinha segundo o site, 42 downloads! Isso é realmente desanimador... ainda mais para alguém que dá muito sangue nesse projeto e que toma uma facada dessa...

Fica aqui o registro dessa vagabundagem... vou continuar produzindo o RPG de mesa quando puder e continuar desenhando os quadrinhos... fazê o que? Vivo no Brasil... aqui ninguém quer consumir nada, só se dar bem em cima do sangue dos outros.

Se você não conhece o livro básico de Yoshiro RPG, leia a postagem o RPG de Yoshiro.

OBS: o site já removeu meu livro.

14 comentários:

  1. Sobre isso, eu via bastante no Twitter os chamados "Drives" onde normalmente o pessoal colocavam coisas pirateadas, tinha de tudo, anime dublado, livros (até livro grátis da Amazon tinha!), seriados, filmes de todo tipo... Eu antigamente consumia muita pirataria por motivo de grana, mas olhando hoje, pra onde foi todo dinheiro que eu gastei ali? Pro bolso de alguém que provavelmente está até hoje fazendo isso. Quiçá, deve ter ensinado filhos e parentes a fazer o mesmo! Mudando de assunto Rodrigo, depois eu te respondo lá no e-mail, beleza? Força aí, man!

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    1. Entendo. Mas pessoalmente, eu sempre evito esse tipo de coisa...além de que o produto original, nunca vai trazer problema. :)

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    2. Pirataria é um assunto complexo né? Pensando em livros de rpg, eu comecei jogando o first quest da Abril Jovem, achei limitado e naquela época comprei aos poucos os grandes manuais de AD&D. Meus amigos não tinham o mesmo acesso, então pirateavam mesmo, faziam cópia em xerox e mandavam encadernar. Saia bem mais barato. Todos jogavam, de um jeito ou de outro. Em algum momento anunciaram que a Devir traria o D&D 3a edição. O lance é que a terceira edição seria o túmulo da Segunda edição. Não dava pra Devir seguir fazendo as duas. A novidade é sempre melhor, né? Eu sabia que a segunda edição tinha uma dezena de livros de expansão das classes, cenários de campanha, era o RPG número 1 dos EUA, então tinha muita coisa que simplesmente não seria trazida pra cá. Fiquei puto. Eu poderia ter tido a 3a edição, os complementos, tudo que saiu em português, mas meu barato era o AD&D. Não sei como estão as coisas hoje em dia. Eu vi que o D&D e Magic não tem mais no Brasil. Lamentei, mas vai fazer o que né?

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    3. Meu irmão tem os três livros básicos de D&D da quinta edição em português. Ele que gosta disso! (Eu nem gosto desse dnd - apesar que gastei dinheiro em vários jogos oficiais do mesmo, como Dragonshard e Baldurs Gate 1 e 2 e outros). Teve muitos livros publicados em português e ficou até chato as coisas, pois inventaram de criar um sistema "perfeito" para tudo... o que mudou tudo na quarta. Meu irmão que é muito fã de DND, não vai comprar a nova edição pq eles desviaram muito do foco (e eu concordo)... Sobre a xerox, com certeza, você participou da "geração xérox"... onde as pessoas compravam um livro em inglês e xerocava com os amigos pq era mt caro e nem tinha mercado aqui.

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  2. Eu tenho lá minhas dúvidas se existe um mercado de livros de rpg, Rodrigo...mas então, a gente só fazia o que fazia porque queríamos jogar, mas era tudo excessivamente caro. Até hoje é, né? A Amazon simplificou importações, mas isso não faz delas algo barato. Lembrei agora de uma coisa que um amigo contou: tinha gente que comprava o D&D primeira edição de Portugal. Continuava caro, mas pelo menos dava pra entender muita coisa. Como eu te falei, eu acho que fazer pirataria de coisa indie é condenável, a menos que seja algo descontinuado, cancelado, algo que não teve continuidade, enfim. Infelizmente o brasileiro médio banaliza até a pirataria.

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    1. Existe um mercado enorme de livros de RPG. Só eu mesmo, tenho mais de 30 livros em português de diversos jogos (somado com os livros do meu irmão gêmeo). Tenho jogos de tudo... sempre comprei (em português), já que eu jogo a mais de 20 anos! Ainda falando sobre pirataria, hoje mesmo, comprei o Diablo 2: Lord of destruction (já que eu já tinha o 2 original no site da Blizzard). Os caras trabalharam para aquilo, então, prefiro sempre o original! O que explica minha postagem, já que eu ralei e sofri sozinho durante anos para vir gente e "pegar as coisas sem autorização."

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  3. Mas aí é que está o lance: esse mercado, vende nacional? Sim? Não? Vende quanto de nacional? E estrangeiro? Quantos jogadores são estimados? Quais os sistemas favoritos? Tem espaço pra livro nacional nesse mercado ou ele é dominado por livros estrangeiros? Essas perguntas são retóricas, muitos dos ditos "mercados" no Brasil dão espaço pra muita coisa, menos coisas feitas por brasileiros. E qual a serventia de um mercado onde a gente não consegue publicar? Daí toca pra eu indo no Anime Friends esse ano, mais de 200 artistas no Alley. De tudo, escritor, desenhista, quadrinista... chuto que desses 200 e tantos, uns 10% estão em editoras fazendo alguma coisa. E mesmo assim, ele precisam do evento pra vender, serem conhecidos e eventualmente vender mais. É isso ou ver os boletos vencendo. Eu acho que o problema é muito a mentalidade tacanha dos nossos empresários. Quem quer arriscar, arrisca porque precisa ganhar dinheiro de alguma forma. Mas se a empresa já for maiorzinha, consolidada no mercado, não vai investir em gente nova. Quer dizer, não em gente nova com ideias novas, vai ficar lá no chá com pão de sempre porque arriscar em novidades é perigoso.
    Enfim, vc comentou do Diablo 2, caí naquilo que falamos de disponibilidade. Teve uma época só tinha mídia física em loja pra comprar. Com o advento de internet melhor pra todo mundo, plataformas como Steam, Nuuvem, Hype, etc, ficou mais fácil comprar jogos em formato de download. Abriu um novo universo pra muita gente, até pro pessoal que faz game indie. Ainda bem, né? Mas não se escapa de se ter seus problemas. Recentemente um pessoal fez uma versão do jogo Real Bout Fatal Fury de Neo Geo pra Mega Drive (!!!) teve maluco pegando a ROM, montando cartucho e vendendo! Como eu comentei, a pirataria tá banalizada. Foda. =(

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    1. O Brasil as coisas são difíceis, por isso que o jeito é tentar vender lá fora (em inglês) e ganhar em dólar - o que muita gente faz. Sobre o mercado nacional de rpg, eu apenas vejo o jogo e compro (apesar que eu não tenho nenhum livro 'brasileiro' em português, já que a patota que aparece mais, eu tento evitar)... mas quer quer crescer e ter um sonho, tem que enfrentar tais dificuldades para conseguir as coisas.

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    2. Como eu te falei, eu não sei a quantas anda o mercado de rpg no Brasil, enquanto a gente conversava, eu dei uma olhada em algumas editoras que publicam ou publicavam né? A Devir deu uma bela encolhida em relação ao que era no passado, a Jambô deu uma esticada com os RPGs do Cellbit e a Daemon inacreditavelmente ainda existe e vende os livros de Arkanum e Trevas como se ainda estivéssemos nos anos 90/2000, no entanto a Daemon não tem novidades significativas. Talvez nem precise no fim das contas. Tirando essas 3, de vez em quando eu fico sabendo de um ou outro livro de rpg saindo por aí, mas como não estou mais na bolha, não sei muito mais disso.
      Teve e tem ainda muita campanha contra o RPG num geral, né? O R.R. Soares da Igreja da Graça tem um visão bem anti-RPG e como hoje em dia tá tudo na internet e não temos mais revistas impressas acho difícil essa bolha ficar maior.

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    3. Sobre as coisas dos "pastores" falando mal do jogo não existe mais e se existe... é um nicho muito minúsculo. Hoje você vê mais gente defendendo os jogos de RPG do que a igreja (devido ao número crescente de gente roubando oferta que não vale a pena citar aqui). Sobre o mercado, há sim, principalmente, por meio de independentes. Eu particularmente, não estou nem aí o que editora tal lança, se eu achar o jogo legal - eu vou comprar... o meu mesmo, é independente e há muita coisa legal que a gente pode acabar conhecendo sem procurar. O Marcelo Del Debbio já elogiou em uma entrevista (não me lembro se foi podcast, mas eu o vi falando no youtube) sobre o mercado independente e as facilidades de hoje, onde com um financiamento coletivo, você pode lançar seu próprio jogo e vender no Brasil inteiro, o que era difícil antigamente através das distribuidoras! Meu irmão mesmo está vendendo livros de RPG que escreve e tem sido sucesso, como RPG Bíblico e Um rpg de gatos... e é um ator independente! Procure na internet para você ver.

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  4. Os evangélicos pararam com essa merda de criticar RPG? Obrigado Deus!! Como eu te disse, eu não estou inteirado do que rola no meio. Última vez que joguei RPG de mesa tem mais de 10 anos, era D&D 3a edição, se não me engano. Isso dos RPGs indie faz muito sentido, por isso tem tanta gente lançando sistemas e mesmo impressos. O povo tá tentando ocupar espaços. Não estão errados. Acontece algo parecido com quadrinhos brasileiros, não tem nenhum milionário pra bancar os custos das revistas direito, então o pessoal tudo ou quase tudo,se auto publica. Tem lá suas desvantagens, mas é mais fácil hoje em dia que antigamente mesmo.
    Lembro do Trevisan comentando que a DINAP (distribuidora de revistas e jornais) não pegava nada da Jambô porque eles não tinham tiragem suficiente. Hoje em dia a DINAP acabou e a Jambô ainda existe.
    O jogo virou muito!

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    1. Sim. A internet trouxe oportunidade para qualquer um. Hoje, nenhum autor depende de editoras, apenas de si mesmo e de seu próprio empenho.

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    2. Estou ligado, é a chamada "horizontalidade" que a internet dá. Não resolve alguns pontos chave mas é melhor do que o tínhamos antigamente.

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    3. Com o uso de IA como o ChatGPT, dá até pra traduzir em outros idiomas... eu mesmo, estou traduzindo o Yoshiro para o inglês aos poucos usando essa ferramenta.

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